O que é tendência para educação corporativa nos próximos anos

Ao tratar de tendência para educação corporativa, estamos apontando inclinações, ou seja, propensões para esta área de atuação. Atualmente, uma das grandes tendências, em uma visão global,  é o aprendizado por meios eletrônicos. Este também é conhecido comoo e-learning. Só nos EUA, as previsões de mercado indicam um faturamento de até US$27,1 bilhões relacionado com o e-learning, até 2016

tendencias-para-educacao-corporativaDe qualquer forma, é interessante ressaltar que há atualmente no mercado corporativa, alguns profissionais tentando simplificar o que é educação corporativa. Essa simplificação, infelizmente, está deixando o termo simplório. Indico o texto “O  que são sistemas de educação corporativa“, para saber mais sobre esta reflexão.

Ao pensar em educação corporativa, em um primeiro momento, alguns podem imaginar tratar-se apenas de capacitações, sendo estas entendidas como cursos, palestras, treinamentos, workshops e atividades afins.

Entretanto, educação corporativa vai muito além disso. Ainda mais se estiver alicerçada em um sistema de educação corporativa. Que por sua vez esteja baseado em uma ou mais academias corporativas e que estas estejam protegidas dentro de uma universidade corporativa.

No entanto, este assunto é tratado como maior domínio e autoridade pelo meu sócio Jocelito André Salvador. Então, por este motivo, não adentrarei nos pormenores conceituais. De qualquer forma, sendo do seu interesse saber um pouco mais sobre a educação corporativa, recomendo a leitura dos nossos materiais relacionados a categoria educação corporativa.

Todavia, até o próprio e-learning está em constante evolução e traz consigo tendência para educação corporativa nos próximos anos.

Neste contexto, é salutar nos questionar, o que é tendência para educação corporativa e como aplicá-la em nossas ações educacionais?

Ao buscar respostas, vislumbramos algumas direções expressas nas comunidades mundiais. Destas, há maior ênfase para as norte-americanas:

rol-de-tendencia-para-educacao-corporativa

  1. Automatização: os ambientes de aprendizagem online (LMS) serão mais automatizados. Com isso, antes dos aprendizes iniciarem seus estudos, passarão por diagnósticos. De acordo com as respostas nos questionários, o próprio sistema conseguirá direcionar o estudante para o curso que melhor atenderá sua necessidade de aprendizagem.
  2. Aprendizagem aumentada (ampliada): através da utilização de aparelhos, isto é, gadgets portáteis, criados com tecnologia weareble, que utiliza 3D e realidade virtual (VR) em sua programação, como o Google Glass e a Apple Assista, que permitem uma interação do aprendiz com o ambiente projetado, será possível apresentar situações da vida real, baseada em ambientes que os aprendizes acessem através do QR Code, por exemplo. Este é um mercado que está em expansão e cuja expectativa de crescimento até 2018 é de 200 milhões de usuários.
  3. Big Data (Grandes dados): a geração de resultados e sua gestão, também entram na lista de tendências para os próximos anos. Muito além do ROI, os índices e indicadores que serão extraídos dos ambientes e ferramentas de aprendizagem, facilitarão o estudo e a análise das informações geradas pelos aprendizes. Com isso, o feedback e a personalização de cursos ficará mais possível e facilitada.
  4. Armazenagem na nuvem (cloud): apesar de muitos usuários não confiarem na armazenagem de seus dados na nuvem, há uma tendência nesta prática, com ênfase na facilidade de acessar conteúdos em qualquer lugar, necessitando apenas de um acesso web.
  5. Gamification (Gamificação): a utilização de estratégias de engajamento dos usuários, tornando-os atores da própria aprendizagem, aliada à ludicidade no conteúdo, tendem a proporcionar um estímulo nos aprendizes de melhorar sua possibilidade de absorção da informação e facilitar o processo de geração da mesma em conhecimento.
  6. Mobile Learning (Aprendizagem através de smartphones e tablets): ainda há uma descrença sobre a disponibilização de materiais educacionais em aplicativos móveis, como smartphones e tablets. Contudo, os aprendizes possuem um acesso facilitado a estes aparelhos e em muitos casos os mesmos são mais evoluídos que os desktops acessados por eles.
  7. Personalização: o mundo ideal da aprendizagem é que os produtos educacionais sejam projetados individualmente, conforme as lacunas de desenvolvimento, do ritmo, preferências e necessidades de cada aprendiz. Pode até parecer fantasioso, mas com a ajuda da tecnologia, como demonstrado no item 1 deste rol, há um direcionamento para este tipo de prática educacional.
  8. Serious Games (Jogos Sérios): as empresas estão reconhecendo que o treinamento dos colaboradores através de um game tem facilitado o entendimento e a aprendizagem do processo e/ou produto.
  9. Design responsivo: no item 6 fora apresentado o Mobile Learning, isto é, aprendizagem através de dispositivos móveis. Neste contexto, uma tendência são os cursos criados através de ferramentas responsivas, ou seja, com programações que permitem o curso se ajustar em qualquer tamanho e direção de tela.
  10. Treinamentos baseados em vídeos: desde que baseados em uma metodologia de aprendizagem, e não apenas uma palestra gravada, os vídeos continuam como tendências para os próximos anos.
  11. Treinamentos baseados em competências: empresas tem observados que quando o planejamento dos treinamentos é orientado pela gestão de competências, além dos investimentos assertivos para melhorar a produtividade da organização, os colaboradores sentem-se mais motivados em realizar o treinamento, pois refletirá diretamente no avanço de sua carreira dentro da empresa.

Mirando especificamente no Brasil, temos a Pesquisa Nacional de Práticas e Resultados da Educação Corporativa, edição 2015. Esta pesquisa, realizada pela FIA e tendo como mentora a prof. Marisa Eboli, nos traz dados bem interessantes e que não necessariamente coincidem com as tendências apresentadas acima.

A pesquisa demonstra que as cinco principais tendências em educação corporativa no Brasil são:

tendencia-para-educacao-corporativa-no-brasil

Marisa Eboli traz um cenário instigante quando apresenta estes resultados. Ela diz que a educação a distância, apesar de tendência, é um desafio, pois ela não tem a dimensão nas organizações que deveria ter. Além disso, a aprendizagem sistêmica resulta no envolvimento dos stakeholders (todas as partes envolvidas), assim como a avaliação de resultados deve demonstrar o impacto nos negócios que esta ação educacional estrategicamente causou. Ainda, que o engajamento das lideranças é fundamental para que todo esse processo funcione. Isso é dito, pois além de assinalarem a aprendizagem futura, as trilhas de aprendizagem dependem delas para que sejam desenhadas corretamente.

Caso confrontemos a visão norte-americana com a brasileira, que pontos temos em comum?

comparativo-entre-brasil-e-america-do-norte

  1. Avaliação de resultados: podemos comprovar que esta é uma preocupação presente em ambos os estudos. Ênfase no item 3 – Big Data (grandes dados) do estudo de tendências norte-americanas.
  2. Educação a distância: em ambos os estudos há vários apontamentos para o e-learning e nenhum para a aprendizagem presencial, exclusivamente.
  3. Trilhas de aprendizagem: não em sua totalidade, mas há uma pequena comparação com o processo de automação e nos treinamentos baseados em competências. Entretanto, a diferença está que nas trilhas há uma análise nas competências individuais atuais do colaborador e estas são confrontadas com as que a empresa entende como ideais para atender os seus objetivos estratégicos definidos.

Então, o que é tendência para educação corporativa nos próximos anos? Resumidamente, aquelas que propiciem um ambiente agradável para o desenvolvimento integral das competências do aprendiz. Além disso, que estas sejam planejadas com estratégias de engajamento, interatividade e de fácil absorção de conteúdo. Ainda, que possibilitem a melhoria na produtividade das organizações e em toda a sua cadeia de valor.

Na sua empresa, essas tendências, ou algumas delas, já são metodologias ativas ou projetos futuros de implantação? Caso haja, como as mesmas facilitam a aprendizagem dos stakeholders? Divida sua opinião conosco deixando um comentário neste post!

 

Bibliografia consultada:

EBOLI, Marisa. As cinco principais tendências na educação corporativa. Disponível em: <http://goo.gl/4pJOer>. Acesso em: maio de 2016.

PAPPAS, Christopher. Top eLearning Trends For 2016 You Need To Know. Disponível: <http://goo.gl/pvj3qH>. Acesso em: maio de 2016.

ROTH, Jeffrey. eLearning Trends Of 2016 You Need To Know. Disponível em: <http://goo.gl/zDWGzz>. Acesso em: maio de 2016.

SPENCER, Ruby. Top eLearning Trends For 2016 You Need To Be Aware Of. Disponível em: <http://goo.gl/rbFhL0>. Acesso em: maio de 2016.

WILIAMS, Isabel. Key eLearning Trends For 2016. Disponível em: <http://goo.gl/cvaBBb>. Acesso em: maio de 2016.