Quero inovar, mas desde que seja do meu jeito! Você pensa assim?

Há poucos dias, passei por uma situação assim, onde um empresário relatou: quero inovar. Porém, o que você está me apresentando faz com que eu tenha que mudar meu jeito de pensar. Assim, eu não quero inovar. 

Olá Povo de Deus!

Sempre um prazer renovado poder compartilhar com vocês estes breves momentos neste espaço de reflexão e meditação, Homines Formatam.

Hoje, quero conversar com você sobre modelos mentais, paradigmas, inovação, inteligência, disciplina, perseverança. Enfim, assuntos que estão no seu dia a dia como Líder Inteligente.

Como é de praxe neste espaço, nós vamos basear a nossa reflexão em passagens bíblicas. Caso tenha oportunidade busque agora mesmo as seguintes:

    • Carta (Epístola) de Paulo aos Romanos 6, 12-18 
  • Evangelho – Lc 12, 39-48 

Você verá que as duas passagens bíblicas tratam de atitudes possíveis e suas consequências. 

Paulo nos lembra de que podemos ser ‘escravos’ de nossas ideias e pensamentos, mesmo nos considerando extremamente livres e autênticos. 

Já Cristo, nos lembra: A quem muito foi dado, muito será pedido, a quem muito foi confiado, muito mais será exigido!  

Naturalmente, podemos compreender, numa análise possível, que Cristo nos alerta que os dons que recebemos e nos tornam Líderes Inteligentes, não devem se tornar estéreis. 

Muito antes pelo contrário. Tendo nós a possibilidade de agir com inteligência e sabedoria, devemos colocar nossos dons à disposição do mundo e auxiliar para que as pessoas, e nossas empresas, sejam melhores a cada dia. 

Quero inovar, não mudar!

Certamente, você, de uma forma ou de outra, já passou por alguma situação onde isso ficou evidente. 

quero inovar
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Agora, quero lhe convidar a pensar o seguinte: você mesmo(a) já não agiu desta forma, mesmo que involuntariamente? 

De fato, isso é muito mais comum do que queiramos admitir. Nós resistimos às mudanças e por consequência à inovação. Tenha ela a forma que tiver, radical (o que pode ser terrível para o nosso status quo) ou incremental (não menos nociva para a lei da inércia). 

Veja esta situação, fato verídico, onde os personagens são fictícios, obviamente, para não sermos antiéticos e expormos indevidamente alguém. 

Quero ter uma empresa inovadora, mas não aceito sugestões! 

João da Silva é um empresário, que após longos anos de uma carreira muito bem sucedida em empresas multinacionais, resolveu empreender.

Ele demonstra um discurso inovador, o site da sua empresa foca, dentre os seus valores corporativos, a INOVAÇÃO.

João considera que seus produtos são inovadores, que tem uma visão com relação às pessoas e ao meio ambiente, totalmente distinta do que o mercado costuma apresentar. Sendo assim, para João, a sua empresa não tem comparativos com os concorrentes.

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Crédito imagem: Google imagens

Pois muito bem, João está certo de que tem uma empresa INOVADORA. A empresa, segundo sua visão, tem produtos INOVADORES e uma forma de ver as pessoas e o meio ambiente totalmente INOVADORA. Agora, somente precisa apresentar esta MARAVILHA ao mundo todo.

Ocorre que um cara muito despretensioso, com a intenção real de ajudar, diz para o João da Silva:

_ Você comentou que tem desafios na sua área comercial. Necessita ampliar o seu alcance comercial e sua capilaridade.

_ Tenho algumas ideias para lhe ajudar neste sentido. Você está disposto a avaliar as minhas ideias?

Ao que João diz:

_ Sim, é claro. Somos uma empresa sempre aberta à Inovação.

Contudo, todavia, entretanto, esta “abertura à inovação” não se demonstrou tão aberta assim.

Ah, antes de julgarmos a atitude do João, creio que cabe olharmos para as nossas próprias atitudes, OK?

Quero inovar, mas não me diga o que eu preciso fazer!

Pois bem, eis que o Jocelito, aquele cara que tinha ideias para ajudar, preparou uma sugestão para o desenvolvimento contínuo da área comercial da empresa do João da Silva.

Após algumas pesquisas para conhecer um pouco mais da empresa do João, compreender os seus valores e princípios, o Jocelito apresentou suas ideias, através de um projeto.

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O diálogo entre os dois foi mais ou menos o seguinte:

_ [Jocelito] O que você acha se gerarmos uma forma de fazer com que as pessoas do time comercial, que não vivem o dia a da empresa, por estarem em campo, consigam compreender profundamente os seus diferenciais competitivos? Além do que, possam se manter conectadas em rede ao time interno da empresa? 

_ [João] Humm … isso parece bom. Você quer demonstrar o seu projeto?

_ [Jocelito] Claro que sim. Veja que pensamos em 05 fases para o desenvolvimento contínuo da sua equipe comercial. O intuito, obviamente, é que tal equipe se mantenha conectada à empresa e alta capacidade de inovação. Isso porque, ao fim e ao cabo, é ela que estará na linha de frente do negócio.

_ [João] Compreendo.

_ [Jocelito] Pois bem, quais são estas 05 fases que pensamos para a sua empresa e o seu time comercial: 

    1. Socializar
    2. Capacitar
    3. Praticar
    4. Avaliar
    5. Aprender

Neste momento, o Jocelito apresenta um pouco do que pensou em cada uma das fases. Foi então que João o interrompe dizendo:

_ [João] Não. Não precisamos disto. Isto é muito complexo. Necessitamos de pessoas que sejam nossas representantes de venda e pronto. Não queremos nada além disso.

_ [João] Ah, inclusive sei que o Felipe, nosso Diretor Comercial, já entrou em contato com a Universidade do Vale da Inovação e eles vão nos ajudar a recrutar os representantes de vendas que desejamos.

Quero inovar, não pensar diferente!

Então, esta história não lhe parece familiar? Você, como Líder Inteligente, já passou por situação parecida, alguma vez na vida?

De fato, podemos nos tornar escravos dos nossos próprios pensamentos, como nos alerta Paulo.

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Além do que, será que não estamos impedindo que muitas pessoas se desenvolvam, tornem-se mais livres e criativas, pois, enquanto líderes autoritários e medíocres, não permitimos que assim aconteça?

O que difere este tipo de atitude, que não permite novas ideias e atitudes na empresa, daquelas que Cristo apresenta do Administrador na passagem de hoje?

Assim, é evidente que do discurso à prática, muitos líderes, estão longe de serem inovadores.

Caso você, Líder Inteligente, esteja disposto(a) a reavaliar os seus modelos mentais. Convido-lhe a dedicar a sua atenção a isto:

  1. Post do Blog Conducere: Como ajudar seu time a criar conhecimento – Análise Artigo Harvard Business Review

2. Painel Interativo pensado para você: Intelligent Leadership: empresa como máquina e/ou cérebro

Espero que possamos agregar algum valor aos seus projetos pessoais e profissionais.

Fique com Deus e até a próxima oportunidade!

Créditos:

Texto: Jocelito André Salvador

Imagem destacada: Freepik.com