Cuidar das pessoas, especialmente no nosso século, vai muito além do assistencialismo, é enxergar o futuro e querer se manter competitivo no mercado.
Cuidado, assistencialismo e conhecimento
Bastante relevante é iniciarmos este nosso post, destacando que a ênfase que estamos querendo dar aqui é no cuidar das pessoas não como se fossem seres sem condições de aprender, assumir responsabilidades e evoluir. Muito antes pelo contrário.
A visão no cuidar das pessoas quer dizer acreditar que podem evoluir. Diferente do assistencialismo contínuo, que trata as pessoas como eternas dependentes de algo que lhes foi alcançado de graça.
Contudo, não vamos nos ater aqui à dimensão do Serviço Social e Assistencialismo, os quais tem um importantíssimo papel na sociedade. Ainda mais numa sociedade tão desigual como a nossa.
Vamos nos ater à necessidade de cuidar das pessoas para que elas possam gerar inovação contínua para a empresa e a sociedade.
As pessoas geram ou não inovação?
Como a nossa ênfase aqui está na geração de diferenciais competitivos, minimamente duradouros, é imprescindível que se fale de inovação. Especialmente a inovação contínua.
Neste sentido, podemos considerar que a inovação depende das pessoas ou da tecnologia. Pode-se falar em pessoas e tecnologia, mas não é muito comum isso. Muito embora seja exatamente o que defendemos aqui na Conducere.
Além do que, defendemos a visão da Teoria da Criação do Conhecimento, de Nonaka e Takeuchi. Nela fica demonstrado que a inovação é fruto da criação de novos conhecimentos.
Novos conhecimentos, os quais que são obtidos com as pessoas e pelas pessoas.
Assim sendo, segundo a nossa visão de mundo, não há inovação contínua sem focar no conhecimento das pessoas e utilizar as melhores tecnologias disponíveis.
Cuidar das pessoas gera resultados?
Partindo do pressuposto que as pessoas são as responsáveis pela criação de novos conhecimentos e que estes são a base da inovação contínua, então, sim.
Porém como fazer para que as pessoas criem novos conhecimentos?
Esta realmente é um dos pontos principais do cuidado, que aqui estamos nos referindo.
Apenas para lembrar: aqui a ideia de cuidado está muito mais para respeitar, investir, acreditar, empoderar, exigir etc. do que qualquer outra coisa, OK?
Neste sentido, vamos nos referir a formas de promoção do conhecimento organizacional, através das pessoas, para que se gerem resultados positivos. De forma contínua, preferencialmente.
Promover o conhecimento das pessoas para impulsionar a empresa
Ao tratarmos da promoção do conhecimento na empresa, estamos novamente falando dos princípios defendidos na Teoria da Criação do Conhecimento.
Caso você deseje saber um pouco mais sobre como vemos e aplicamos tal teoria em nosso dia a dia, convido-lhe a dar uma olhada neste post: Criar conhecimento na empresa: verdade ou utopia?
De qualquer forma, é relevante considerar alguns dos principais promotores do conhecimento, assim definidos por ICHIJO, Kazuo (constante na obra de TAKEUCHI e NONAKA, 2008).
Tais promotores do conhecimento, que tem a missão de fazer com que a criação do conhecimento aconteça e seja propagada pelo ecossistema das Empresas Inteligentes, são:
- Incutir uma visão de conhecimento. O que quer dizer que os objetivos estratégicos da organização devem estar focados em novos conhecimentos a serem adquiridos e aplicados em produtos/serviços.
- Gerir as conversações. Não quer dizer controlar as trocas de ideias entre as pessoas. Muito antes pelo contrário. O que deve ocorrer aqui são processos de troca de informações e ideias voltadas a criar inovação na empresa.
- Mobilizar ativistas do conhecimento. São pessoas responsáveis por manter a cultura da colaboração e criação de novos conhecimentos em alta na organização.
- Criar o contexto correto. Papel muito relevante para os líderes, embora não só, da empresa. A ideia aqui é que as pessoas, devidamente empoderadas e responsabilizadas, possam encontrar a cultura adequada para desenvolver seus talentos.
- Globalizar o conhecimento local. Novos conhecimentos que ficam presos numa área, departamento ou mesmo dentro da empresa, sem produzir novos processos, produtos ou serviços, não tem valor para a inovação contínua.
Promover o conhecimento e cuidar das pessoas, qual a relação que há?
Não parece ter uma relação lógica entre promover conhecimento, cuidar das pessoas e inovar. Não é mesmo?
Por isso, quero lhe convidar a analisar esta citação de ICHIJO (2008):
“Para qualquer projeto, a criação do conhecimento tem de acontecer num ambiente de cuidados, na qual os membros da organização tenham um interesse ativo na aplicação dos insights proporcionados pelos outros. Independentemente da fase da criação do conhecimento, as boas relações depuram o processo de desconfiança e medo e decompõem as barreiras pessoais e organizacionais.”
Fonte: ICHIJO, Kazuo. Da Administração à Promoção do Conhecimento. p. 136. In: TAKEUCHI, Hirotaka., NONAKA, Ikujiro. Gestão do Conhecimento. Porto Alegre: Bookman. 2008.
Assim, vejamos: como é possível dizer que estamos incentivando a inovação, através da promoção do conhecimento, sem se preocupar com o cuidado com as pessoas?
Mais uma vez lembrando. Cuidar das pessoas não quer dizer superprotegê-las e muito menos trata-las como completas idiotas, sem capacidade de raciocínio.
O cuidado que estamos aqui nos referindo é incentivar o tripé: Aprendizagem, Colaboração e Inovação.
Vamos incentivar a Aprendizagem, a Colaboração e a Inovação
Como já destacamos anteriormente, a base do cuidado com as pessoas, para que se gere inovação, passa pelos promotores do conhecimento.
Contudo, a essência do cuidar das pessoas está em incentivar na sua organização o tripé aprendizagem, colaboração e inovação.
Pensando nisso, quero lhe convidar a conhecer esta nossa edição do Painel Interativo:
Para quem estamos direcionando este evento?
A ênfase está em formar, especialmente o que denominamos de Líderes Inteligentes.
Quer conhecer mais detalhes desta nossa edição?
Acesse nosso Portal Educacional!
Créditos:
Texto: Jocelito André Salvador
Imagem destacada: Freepik.com