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Transplantes e doações de órgãos. Estes vocábulos, que deveriam carregar consigo amor e generosidade, são inundados de preconceito, desconfiança e escassez. Afinal, tendo a plena certeza de nossa finitude, nada deveria se opor em fazer que outros permanecessem, usufruindo daquilo que nos manteve vivo e que a partir de determinado momento, já não nos favorece.
Obviamente que esta discussão entra em tantos meandros e dimensões que necessitaríamos várias linhas e frentes de pensamentos para conseguir nortear um debate robusto e imparcial.
Dessa forma, vamos nos focar, unicamente, em trazer para vocês uma conversa interessantíssima que tivemos com o Dr. Valter Duro Garcia, em nosso quadro Fala especialista.
Precisamos muito conversar sobre transplantes
Já há alguns anos, nós da Conducere incentivamos a doação de órgãos e tecidos. Nossas ações estão pautadas de maneira pessoal, mas também através de divulgação de campanhas como o Setembro Verde e o Dia Nacional da Doação de Órgãos e Tecidos.
Porém, faz sentido aqui, neste momento, partirmos do princípio: por que há necessidade de transplantes?
Quando um ser humano entra em falência orgânica irreversível, a única possibilidade de manutenção da vida é através deste procedimento cirúrgico. Desta forma, há a substituição do órgão ou tecido danificado por um saudável. No entanto, para que este transplante seja possível é fundamental encontrar um doador compatível.
Todavia, há inúmeros “entraves” para que o tão esperado “match” aconteça. Dentre eles, pode-se citar:
- Tipo sanguíneo (ABO)
- Sistema HLA (antígenos leucocitários humanos)
- Tamanho do órgão
- Estado clínico do receptor
Neste sentido, o Japão tem sido pioneiro no avanço de pesquisas com experimentos híbridos. Aqui cabe uma seara de análises no campo da bioética, que precisam ser realizadas. Porém, mirando apenas para o objetivo fim, estes cientistas estão unindo embriões humanos e de animais com o intuito de criar, em laboratório, órgãos para transplantes.
Para saber mais sobre estas pesquisas no Japão, acesse aqui!
Tais esforços avançam os já presentes xenotransplantes, que trataremos mais adiante.
Tipo de doadores
Doador Vivo
- Pode doar rim, parte do fígado, medula óssea ou pulmão.
- Deve ser compatível e estar em boas condições de saúde.
Doador Falecido
- Paciente com morte encefálica confirmada.
- Pode doar múltiplos órgãos e tecidos.
Importante destacar, que cada doador falecido pode salvar até 08 vidas e beneficiar mais de 50 pessoas com a doação de tecidos. Já o doador vivo pode ajudar de forma limitada, mas a simples decisão de doar sangue, por exemplo, tem o poder de impactar muitas vidas, em razão deste ato de solidariedade.
Órgãos que podem ser doados
Receber estes órgãos é ter a certeza de que é possível continuar sua jornada aqui na Terra, pois tais transplantes salvam vidas.
- Coração – 1 pessoa
- Pulmões – 2 pessoas (cada pulmão pode ir para um receptor)
- Fígado – Até 2 pessoas (divisão do órgão em segmentos)
- Rins – 2 pessoas (cada rim para um receptor)
- Pâncreas – 1 pessoa
- Intestino – 1 pessoa
Tecidos que podem ser doados
O transplante destes tecidos melhoram a qualidade de vida de muitas pessoas:
- Córneas – Até 2 pessoas podem recuperar a visão
- Pele – Usada para tratamento de queimaduras graves
- Válvulas cardíacas – Podem ajudar pessoas com doenças cardíacas
- Ossos e tendões – Para reconstruções ortopédicas
Já no caso de um doador vivo, ele pode ajudar doando:
- 1 rim (o doador vive normalmente com o outro)
- Parte do fígado (o órgão se regenera)
- Parte do pulmão (aplicável, embora seja rara)
- Parte da medula óssea (se recompõe completamente)
Principais procedimentos de transplantes
Transplante de Órgãos Sólidos
- Coração: Indicado para insuficiência cardíaca grave.
- Pulmão: Para doenças pulmonares terminais, como fibrose pulmonar.
- Fígado: Principalmente para cirrose hepática e hepatites fulminantes.
- Rim: O mais comum, indicado para insuficiência renal crônica.
- Pâncreas: Usado para tratar diabetes tipo 1 em casos graves.
- Intestino: Menos comum, indicado para falência intestinal.
Transplante de Tecidos e Células
- Medula óssea: Para leucemias e doenças hematológicas.
- Córnea: Corrige cegueira causada por doenças oculares.
- Pele: Usada no tratamento de grandes queimaduras.
- Válvulas cardíacas: Substituição de válvulas danificadas.

Avanços e perspectivas futuras
Além da já trazida informação sobre as pesquisas, embora controversas e polêmicas, que estão evoluindo no Japão, há alguns avanços interessantes ocorrendo no que diz respeito aos transplantes:
- Xenotransplantes: Uso de órgãos de animais geneticamente modificados.
- Órgãos criados em laboratório: Impressão 3D de tecidos biocompatíveis.
- Uso de células-tronco: Regeneração de órgãos danificados.
Dessa forma, os transplantes continuam evoluindo, trazendo novas esperanças para milhões de pacientes ao redor do mundo.
Fala especialista: transplantes e doação de órgãos
Nosso propósito com o quadro fala especialista é trazer informações relevantes , fidedignas, oriundas de profissionais reconhecidos pela sua atuação e comprometimento com a verdade, amparada por vasta pesquisa e comprovação científica.
Por isso mesmo, ao pensar em transplantes, certamente um dos nomes mais respeitados é o do Dr. Valter Duro Garcia, que é uma pessoa fantástica e com uma reputação e humanidade que o precedem.
Neste momento, queremos deixar o profundo agradecimento da Conducere para o Vinicios Sparremberger e toda a equipe de comunicação da Santa Casa de Porto Alegre. Em razão de seu envolvimento e generosidade, foi possível este quadro acontecer.
Quem é o nosso especialista convidado
Como dito, convidamos para um bate-papo, muito interessante e esclarecedor, o Dr. Valter Duro Garcia.

“Transplante não é cura, mas sim uma possibilidade de tratamento”.
(Dr. Valter Duro Garcia)
Conhecendo mais sobre o Centro de Transplantes da Santa Casa de Porto Alegre

- 454 transplantes de órgãos
- 108 transplantes de córneas
- 129 procedimentos de medula óssea
Sobre o que tratamos neste episódio
“Foi uma conversa muito instrutiva e agradável! Conseguimos levantar questões relevantes sobre os transplantes e compreender o contexto atual e futuro dessa área. Outro fato muito interessante é a clareza de uma estratégia interessante. Ele nos conta que não deseja zerar a fila. Sua intenção é criar mecanismos que façam a fila de espera estar sempre em movimento”, nos diz Valeska Salvador, COO da Conducere.
Já para Jocelito Salvador, CEO da Conducere, “conversar com alguém com tal visão privilegiada, estabelecendo uma linha temporal do que envolve os transplantes é muito enriquecedor. Neste sentido, uma grata surpresa foi saber todos os avanços conectados aos xenotransplantes, que são uma alternativa para a escassez de órgãos e tecidos disponíveis e compatíveis.”
Tópicos desenvolvidos nesta conversa sobre transplantes
Como já pontuado, essa edição do Fala Especialista foi muito enriquecedora e espontânea. Contudo, alguns marcos foram estabelecidos para um aprofundamento ao longo do quadro:
- Quais são as Unidade Federativas (UF) que mais se envolvem com políticas voltadas aos transplantes?
- Linha do tempo sobre os transplantes.
- Como o ecossistema conectado aos transplantes começou a ser criado e quais são as dificuldades atuais que privam uma evolução ainda maior neste tema?
- Há alguma restrição de procedimentos?
- Por que há reincidência e até mesmo a perda do enxerto em jovens, mesmo os que realizaram o transplante quando crianças?
- Inovações tecnológicas: teleatendimento e xenotransplante, podem ser uma solução?
- Conselhos do Dr. Valter sobre os transplantes.
Fala especialista: Transplantes e doações de órgãos e tecidos
Assista na íntegra nossa conversa com o Dr. Valter Duro Garcia, basta apertar o play!
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