#2 – Hierarquia versus compartilhamento: relações de poder

Como equilibrar hierarquia versus compartilhamento?

Será mais sensato manter uma linha de dominação entre líderes e liderados ou compartilhar este poder através de uma democratização?

hierarquia versus compartilhamento

Olá Povo de Deus!

Desejo que estas edições do Homines Formatam sejam tão benéficas para vocês como são para nós da Conducere!

Aliás, acredito que faça sentido relembrar o motivo que nos levou a criar este projeto. Afinal, dentro em breve completaremos um ano do Homines Formatam!

Então, a ideia dos posts que estão nesta categoria têm o intuito de levar até você uma visão mais humana sobre as suas práticas de liderança, bem como da gestão de todo o ecossistema empresarial.

Os artigos que estão sob este enquadramento, normalmente são mais sucintos/objetivos. Além disso, estarão atrelados a algum documento da doutrina católica (liturgia diária, Sagrada Escritura, Exortações Apostólicas, textos e vidas dos santos etc.).

Tudo isso, é claro, adicionado a este um olhar de gestão empresarial e uma sugestão para aplicação prática do que escrevemos.

Neste espaço, você não terá explicação de conceitos e teorias, pois este não é o intuito. Textos com esta abordagem estão presentes nas demais categorias do nosso site como: inteligência corporativa, educação corporativa, gestão do conhecimento e tecnologias ativas inovadoras.

Dito isso, vamos continuar conversando sobre como equilibrar estratégias.

continuidade da série: 1 - resultados versus objetivos e 2 - hierarquia versus compartilhamento
Freepik.com

Apenas para lembrar, estamos nos embasando no artigo de Simon Horan e Michael Connerty, publicado pela Harvard Business Review sob o título de “A boa execução de estratégia exige o equilíbrio de 4 tensões“.

Para esta edição, vamos utilizar como referência e relação o Evangelho segundo Marcos 16, 15-20.

Caso você não tenha tido a oportunidade ou deseja reler o primeiro post desta série, acesse: #1 – Resultados versus objetivos: estratégias para uma Learning Organization.

A coragem de equilibrar hierarquia versus compartilhamento

Ser um líder é  um dádiva, mas também uma grande responsabilidade.

O líder terá os ônus e os bônus quase na mesma proporção. Todavia, as realizações e o crescimento oriundos do ofício de lapidar talentos, superam todo e qualquer desafio.

Nossa literatura nos brinda com vastos estudos, análises e caminhos possíveis para exercer de maneira mais assertiva essa tarefa. Contudo, a escolha de como exercer essa atribuição dependerá exclusivamente de cada um de nós.

inteligência emocional: hierarquia versus compartilhamento
Google Imagens

Essa decisão, quase sempre está atrelada ao equilíbrio e inteligência emocional, à grandeza de espírito, ao pensamento sistêmico e, principalmente, à maneira de enxergar o outro.

O Jocelito nos trouxe recentemente o artigo que tratava da ética necessária, conforme a visão do filósofo Franklin Leopoldo e Silva.

O post nos traz uma abordagem muito instigante sobre essa maneira de espelhar-se no outro. Quer dizer, de se projetar naqueles que estão no seu círculo de convivência. Caso queira saber mais: Responsabilidade social nas empresas: inteligência ou utopia?

De qualquer forma, sempre existe uma pequena e quase invisível linha que separa os extremos do equilíbrio. Existe um erro enorme nos nossos dias de imaginar que se reinventar e inovar é descartar tudo o que há atualmente.

Por isso, queremos aprofundar esta conversa nesta segunda tensão, descrita pelos autores anteriormente citados. Dessa forma, tentaremos demonstrar como é possível e benéfico equilibrar hierarquia versus compartilhamento.

Tensão 2: Controle hierárquico versus democratização da mudança

Conforme os autores, Simon Horan e Michael Connerty, quando existe na empresa um ambiente propício a que todas as pessoas possam tomar decisões, há uma tendência de maior comprometimento e engajamento. Entretanto, caso haja uma ordem direta, há um risco de extrair da empresa essa energia criativa. Todavia, não havendo um “controle”, possibilita-se ações desordenadas e sem objetivos fim.

Como equilibrar então hierarquia versus compartilhamento?

Desejo apresentar duas situações para você sobre esta relação de poder, qual seja, tê-lo para si, ou compartilhar com os outros.

Primeira situação: compartilhando o poder com inteligência

No Evangelho sugerido para a nossa reflexão, Jesus estava voltando ao Pai e deixou uma responsabilidade para os discípulos. Essa tarefa era: continuar a Sua missão.

Contudo, como Jesus teve a coragem de fazer isso?

Perceba a inteligência de Jesus. Ele realmente é O Mestre e devíamos aprender muito mais com Ele, todos os dias.

Uma forma muito inteligente de ensinar e aprender!

Jesus não disse para os discípulos: agora é com vocês! Usem da criatividade e deem um jeito de atrair e converter mais pessoas para a nossa Messe. Quero resultados e rezem para mim só quando se sentirem perdidos.

Ao contrário, Jesus passou ao menos três anos com estes homens. Ensinava-os sempre que podia e criava oportunidades, ao questioná-los sobre seus modelos mentais. Nunca disse que veio para destruir o que eles sabiam, mas para confirmar e lapidar o seu entendimento.

Além disso, ao perceber que os discípulos começavam a despertar para a missão, enviou eles a campo, sob sua “supervisão” ao menos em dois momentos:

1. quando enviou dois a dois e deu instruções claras do que precisavam fazer (Lucas 10, 1-16); e

2. quando soprou o Espírito Santo e os enviou para a missão (João 20, 19-29).

Somente depois disso, deixou os discípulos sozinhos. Eles já tinham as competências essenciais e estratégicas para desempenhar com excelência suas atribuições.

Resultado: todos ganharam e nós continuamos ganhando a cada dia. Nunca seremos perfeitos, pois somos uma obra inacabada. Contudo, sabemos qual é o Caminho a seguir e o que precisamos fazer para continuar a missão de Jesus. Porém, em virtude do nosso livre arbítrio e egoísmo, muitas vezes decidimos por não fazer nada ou quase nada em prol dos que realmente precisam.

Segunda situação: apreço pelo poder para controlar os outros

Estamos assistindo, o Jocelito e eu, um reality show sobre alta gastronomia. Além de nos deliciarmos com as ideias criativas de pratos extremamente harmonizados, temos um “prato cheio” sobre cases, positivos e negativos, de lideranças e equipes.

Em um destes episódios, uma das participantes ,que demonstra autoritarismo e gosto pela chefia, “destruiu” sua equipe com frases do tipo:

Eu sei, então vamos lá. Quem é o capitão? Esse negócio de dar democracia para todo mundo, para mim é pessoa que não sabe mandar. Eu sei fazer e sei mandar.

Agora veja um relato de uma das participantes desta equipe:

A empresa é reflexo do seu líder.”

Resultado: dos 50 pratos que foram entregues, esta equipe recebeu 2 votos favoráveis. Além disso, todos os demais participantes, desde então, sabem apenas uma coisa:  não querem estar na equipe em que esta pessoa estiver.

Manda quem pode, obedece quem tem juízo!

Este ditado popular foi muito bem construído! Contudo, quem não compreende o que ele diz, pode interpretar de forma errônea.

Perceba: “manda quem pode”, ou seja, tem autoridade para exercer algo. “Obedece quem tem juízo”, isto é, sabe ouvir, pensa, reflete e usa de bom senso.

Agora, a partir do momento em que não é permitido esta reflexão e entendimento de se está certo ou errado tal imposição, então estamos perto de uma ditadura ou total submissão.

Hierarquia versus compartilhamento: como equilibrar?

hierarquia vesus compartilhamento
Google Imagens

Além de se inspirar sempre na vida e nos ensinamentos de Jesus, o bom senso e a valorização pelo outro devem ser o ponto de partida.

Pois, assim como diz o Papa Francisco:

Estás investido em autoridade? Sê santo, lutando pelo bem comum e renunciando aos teus interesses pessoais. (Exortação Apostólica, Gaudete et Exsultate, 2018).

Todavia, uma mudança na forma de gerir, planejar e conduzir o ecossistema empresarial, nem sempre é fácil.

Por este motivo, para lhe apoiar neste processo de realinhamento, que deve permear a verdadeira inteligência corporativa, nós da Conducere criamos o Painel Interativo.

Esta nossa solução tem o propósito de levar às pessoas do seu time uma experiência imersiva de aprendizagem, utilizando tecnologias inovadoras e assertivas, respeitando o perfil destes atores.

Para atender este objetivo e conquistar o resultado almejado, utilizamos da seguinte estratégia:

Converse sobre hierarquia versus compartilhamento
Copyright Conducere Inteligência Corporativa.

Vamos conversar mais sobre o Painel Interativo? Então, fale conosco!

Até o #3 – Aprendizagem versus treinamento: desenvolvendo realmente líderes e times.

Ah, desde já, opine e compartilhe suas percepções conosco sobre este assunto.

Fique no amor de Deus, de Maria e José!

Créditos

Texto: Valeska Schwanke Fontana Salvador

Imagens em destaque no Blog: Freepik.com