Naquele tempo, Jesus passou no meio de uma plantação num dia de sábado.
Seus discípulos tinham fome e começaram a apanhar espigas para comer.
Vendo isso, os fariseus disseram-lhe:
‘Olha, os teus discípulos estão fazendo, o que não é permitido fazer em dia de sábado!’
Jesus respondeu-lhes:
‘Nunca lestes o que fez Davi, quando ele e seus companheiros sentiram fome?
Como entrou na casa de Deus e todos comeram os pães da oferenda que nem a ele nem aos seus companheiros era permitido comer, mas unicamente aos sacerdotes?
Ou nunca lestes na Lei, que em dia de sábado, no Templo, os sacerdotes violam o sábado sem contrair culpa alguma?
Ora, eu vos digo: aqui está quem é maior do que o Templo.
Se tivésseis compreendido o que significa:
‘Quero a misericórdia e não o sacrifício’, não teríeis condenado os inocentes.
De fato, o Filho do Homem é senhor do sábado.’
(Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus 12, 1-8)
Aprender rompendo poderes preestabelecidos
Jesus novamente nos faz refletir sobre nossas “verdades”.
Imagine a cena: um grupo de fariseus, que eram os PhD’s da época, viram que os discípulos de Jesus estavam fazendo uma coisa errada – trabalhar no dia de Sábado!
Imediatamente, chamaram a atenção de Jesus e pediram providências.
Como já dissemos em outros espaços Homines Formatam, podemos até nos escandalizar com esta impertinência dos fariseus. Contudo, naquele contexto, tal atitude, qual seja, fazer qualquer coisa no dia de Sábado – que era o dia dedicado exclusivamente ao Senhor – era uma heresia e uma afronta a Deus. Então, eles como guardiões da Lei e dos bons costumes, não podiam permitir tal atitude e omitir-se.
Trazendo para a nossa realidade, não parece que quando você quer fazer alguma coisa que rompa com tradições há muito estabelecidas, há alguém sempre observando?
Todas as vezes que seu time foi audacioso pensando sistemicamente, tal atitude foi bem vista, ou você foi chamado a “não se meter em departamentos que não eram seus”!?
Temos um exemplo bem atual do novo presidente da França, Emmanuel Macron. Não entrando nos méritos da questão, mas apenas na atitude.
Ele convocou o Congresso, expôs os seus planos, para deixar claro seus próximos passos. Para alguns a atitude demonstrou humildade. Todavia, a maioria conservadora, o viu como invadindo o espaço que não era seu, pois a França vive o Parlamentarismo.
Estas pessoas, “guardiãs”, podem boicotar a ação ou incentivar que a mudança aconteça. Irão boicotar se de alguma forma os seus “poderes” forem atingidos. Irão incentivar se seus “poderes” forem aumentados.
Então, o que fazer?
Líder deve agir com inteligência
Nos apoiamos nos passos de Jesus para responder.
Observe a inteligência com que Ele respondeu a essa questão. Ele conhecia a tradição e conversou com os fariseus no “ambiente” deles.
Resumindo, Jesus conhecia a audiência e como fazer com que eles entendessem o contexto. Jesus não preocupou-se apenas com as necessidades físicas (fome). Apoiou-se nas intelectuais (trabalhos dos sacerdotes) e nas motivacionais (ações de Davi).
Um líder precisa agir com inteligência. Não reagir na medida da afronta. Dar a outra face, ou como diz São João da Cruz, “colocar Amor onde não haja o Amor”.
Que possamos capacitar nosso cérebro a reagir com inteligência em todos os momentos, áridos e férteis. Conhecer o ambiente, seja ele inóspito ou favorável.
Identificar o contexto com todas as suas premissas. Entender a audiência, com seus limites e implicações e transitar por tudo, com equilíbrio e resiliência.
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Crédito
Texto: Valeska S. Fontana Salvador
Evangelho: catolicoorante.com.br