Agosto Lilás é uma campanha nacional que busca conscientizar sobre a necessidade de enfrentamento da violência contra a mulher.
A violência contra a mulher é fruto de um preconceito estrutural, em razão de uma sociedade que compreende e ensina que o homem é o chefe e a mulher sua auxiliar.
Este pensamento está tão enraizado que muitos atos de violência não são tidos como tais, mas sim como comportamentos aceitáveis e recomendáveis para que a moral e os bons costumes sejam respeitados.
Ensinamos nossas meninas a se vestir bem, portar-se bem, não dar margem para ser mal-faladas na sociedade. Enquanto isso, nossos meninos ainda são ensinados que serviço doméstico é papel da mulher e que eles precisam ser servidos sempre, pela mãe, pelas irmãs, pela ajudante do lar…
Fazemos estas coisas sem perceber, pois é natural, deve ser assim, sempre foi assim!
Qualquer conversa diferente é fruto de feministas ou de mulheres que precisam “saber qual é o seu lugar”.
Claro que, infelizmente, há algumas ações do público feminino que não ajudam, como o apelo significativo e excessivo à sexualidade em detrimento do conhecimento e da cultura. Contudo, isso não é justificativa para qualquer pensamento subversivo ou ato violento em nossa sociedade.
Agosto Lilás: um convite para revermos nossos pensamentos sobre a mulher e seu papel social
Podemos ter a visão equivocada de pensar que a única violência contra a mulher é a física. O Agosto Lilás nos ajuda a lembrar desta crueldade, visto que nos faz refletir sobre a o que fez cm que nosso Brasil criasse a Lei 11.340/06, amplamente conhecida como Lei Maria da Penha
Todavia, diariamente a mulher sofre violências emocionais e verbais que machucam à alma e que passam despercebidas por quem a causou. São comentários “inocentes”, ações distorcidas de caráter, discriminações no trabalho, piadinhas de corredor…
Por ser empresária, tenho a alegria de conviver com muitos executivos, inovadores e à frente de seu tempo. Porém, não rara às vezes, ao entregar um projeto ou realizar um negociação, os olhares, questionamentos e estratégias são direcionados a meu sócio que em muitas vezes não teve a participação na criação e na elaboração do que apresento.
Além disso, recentemente, estava em um evento onde havia 80% da composição da mesa oficial de discussão de mulheres. Ainda assim, ouvi a triste frase proferida: as mulheres estão aqui para nos ajudar e servir… como assim?!
Não importa quantos diplomas, quantas qualificações, quanto competência você tem. Ainda assim, você não será respeitada adequadamente pelo simples fato de ser mulher.
Todavia, ações como estas do Agosto Lilás nos chamam a refletir sobre como podemos mudar esta realidade? O que ensinar para nossos filhos e filhas? Como mudar este paradigma que insiste em permanecer década após década?
Que consigamos passar para as novas gerações um olhar diferenciado sobre o feminino e que um dia não precisemos mais ter uma reflexão sobre isso, pois a igualdade, respeitadas as diferenças inerentes a cada um e cada uma, será uma realidade em nosso país.
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