Santo de casa não faz milagre! E a inovação vem com santo de casa?

Tem uma expressão que é bastante conhecida entre nós: santo de casa não faz milagre! Parece que tudo que vem ‘de fora’ é melhor. Ao menos isso serve para algumas pessoas com este modelo mental. Contudo, será que em se tratando de inovação, santo de casa pode criar inovação?

Olá Gente Inteligente!

Desejo que vocês estejam em PAZ!

Quero refletir com vocês hoje sobre um modelo mental, o qual embora pareça estar bastante ultrapassado, ainda é bem presente em nossas organizações.

Estou me referindo à expressão: santo de casa não faz milagre! 🙂

Trago isso à tona, pois além de vivenciar situações diárias onde eu e as demais pessoas aqui da Conducere verificamos isso, ontem mesmo li uma passagem do Evangelho que diz:

1 Jesus foi a Nazaré, sua terra, e seus discípulos o acompanharam. 2 Quando chegou o sábado, começou a ensinar na sinagoga. Muitos que o escutavam ficavam admirados e diziam: “De onde recebeu ele tudo isso? Como conseguiu tanta sabedoria? E esses grandes milagres que são realizados por suas mãos? 3 Este homem não é o carpinteiro, filho de Maria e irmão de Tiago, de Joset, de Judas e de Simão? Suas irmãs não moram aqui conosco?” E ficaram escandalizados por causa dele. 4 Jesus lhes dizia: “Um profeta só não é estimado em sua pátria, entre seus parentes e familiares”. 5 E ali não pôde fazer milagre algum.

(Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos 6,1-5)

Santo de casa não faz milagre, mas santo de casa pode inovar?

santo de casa
Freepik.com

Como é ‘interessante’, para não dizer outra coisa, perceber que alguns modelos mentais vão se perpetuando no decorrer da história.

Vai me dizer que, a exemplo de Jesus, na passagem que transcrevi, você já não se sentiu impotente, pois as pessoas simplesmente acharam que você não tinha condições de fazer algo?

Isso me fez pensar no seguinte: se santo de casa não faz milagre, então também não podemos pensar em inovação com santo de casa!

Isso quer dizer que para trazer algo realmente novo temos que contratar alguém ‘de fora’?

O que nos diz os estudos científicos sobre isso?

Quero começar com uma citação muito intrigante de Ikujiro Nonaka. Está no seu artigo “The Knowledge-Creating Company”, escrito ainda em 1991.

Em uma economia onde a única certeza é a incerteza, a fonte certa de vantagem competitiva duradoura é o conhecimento. Quando mercados transformam-se, as tecnologias proliferam, os competidores multiplicam-se e os produtos tornam-se obsoletos quase do dia para a noite, as empresas bem-sucedidas são as que criam constantemente novos conhecimentos, disseminam-no amplamente pela organização e o incorporam rapidamente em novas tecnologias e produtos. Essas atividades definem a empresa “criadora de conhecimento”, cujo negócio principal é a inovação constante.

Vejamos, se para sobreviver ao século XXI temos que ter empresas criadoras de conhecimento, cujo negócio principal é a inovação, como fazer isso apenas contando com “santos” de fora de casa?

Santo de casa que não faz milagre, que não aprende, que não cria novos conhecimentos, não gera inovação. Correto?

Como então fazer rodar a espiral de criação do conhecimento organizacional, citada por Nonaka e Takeuchi, se não pudermos contar com o santo de casa, com as pessoas que fazem parte do time?

Fonte: Gestão do Conhecimento, Hirotaka Takeuchi, Ikujiro Nonaka; tradução Ana Thorell. Porto Alegre : Bookman, 2008.

A resposta é simples: se você não acredita no santo de casa, você NUNCA terá uma empresa criadora de conhecimento!

Por consequência, nunca terá uma empresa inovadora.

Mas, será que preciso de pessoas para ter uma empresa inovadora?

Muito embora haja um crescimento vertiginoso da IA (Inteligência Artificial), a ciência ainda é clara em dizer que a inovação depende da interação humana.

Homem e a máquina
Fonte: Google Imagens

Prova disso é a Teoria da Criação do Conhecimento Organizacional. Ela está toda baseada na ideia de que sem o humano, sem o santo de casa, não há possibilidade de inovação.

Além disso, uma questão relevante, que deve ser trazida à tona:

Para que mesmo investir tanto em programas de Gestão Estratégica de Pessoas, especialmente através de Endomarketing, Comunicação Corporativa, Educação Corporativa, Gestão de Carreiras se não acreditamos que santo de casa pode fazer milagres?

Veja que isso ou é uma insanidade total, fazer algo sabendo que não irá dar em nada, ou há alguma teoria oculta envolvida nisso! 🙂

De fato, você pode dizer, há inúmeras empresas que preferem focar em programas de trainees do que promover os santos de casa.

Você tem plena razão neste sentido. A ideia dos trainees, em algum aspecto, é uma tentativa de trazer santos de fora de casa para fazer que o santo de casa não faz.

Contudo, pense no seguinte: o ideal não está exatamente na boa gestão dos talentos?

O que impede de um bom programa de trainees andar em paralelo a um ótimo programa de carreiras para o santo de casa?

O que impede de gerarmos uma boa Gestão Estratégica de Pessoas e criamos uma verdadeira empresa criadora de conhecimento?

Uma empresa inteligente, inovadora. Por onde começar?

Muito embora não exista uma fórmula mágica, quero lhe propor uma solução possível.

Nós da Conducere desenvolvemos o Painel Interativo sobre Smart Company: Porque você precisa ter uma. Recomendo que você possa avaliar com carinho e atenção.

Neste evento, que é focado e exclusivo, nós procuramos trabalhar exatamente os conceitos que aqui estamos trazendo de forma bem básica.

Nós defendemos a ideia de que o ser humano é criativo por natureza. Desta forma, se estimulado, motivado, da forma correta, o santo de casa pode produzir milagres, sim.

A questão é: fazemos com as pessoas de Nazaré, no tempo de Jesus, que não receberam nenhum milagre ou deixamos que o milagre aconteça através das pessoas.

Qual vai ser a sua decisão?

Estamos aqui para lhe ajudar neste caminho!

Fique com Deus e até breve!

Créditos:

Texto: Jocelito André Salvador

Imagem destacada: Freepik.com

Compartilhe:

[supsystic-social-sharing id=’1′]