Interpretações livres, qual é o custo disso para uma Smart Company?

Interpretações livres dão margem ao oportunismo e subjetivismo. A insegurança gerada em virtude disso é um custo alto para a Smart Company.

Interpretações livres

Olá Povo de Deus!

Prazer enorme estar com você, Líder Inteligente, em mais uma edição do Homines Formatam.

Hoje, queremos refletir sobre interpretações. Jesus nos motiva a repensarmos nossas atitudes no Evangelho segundo São Lucas 14,1-6 1.

Sendo possível, busque essa leitura em sua Bíblia para degustá-la direto da fonte.

Interpretações livres: contexto

Jesus já tinha causado grande mal-estar entre os “poderosos” de sua época e eles faziam de tudo para dar fim neste inconveniente.

Contudo, Jesus nunca desistia das pessoas. Acreditava e sabia do potencial de cada um, assim como suas mazelas e limitações.

Hoje, o Evangelho nos conta que Jesus estava na casa de um dos chefes dos fariseus. Veja que, apesar deste grupo querer matá-Lo, Jesus se relacionava intimamente com ele.

Interpretações de que o problema são as pessoas
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Nesta semana, o Jocelito nos trouxe para refletirmos: Já tenho uma empresa inteligente. O problema são as pessoas!

Pare um pouco e faça suas interpretações sobre o início deste Evangelho e o tema trazido pelo Jocelito.

Outra sugestão de leitura que quero trazer para você é: Capital intelectual e as pessoas são o nosso maior patrimônio. Isso vale para tempos de crise?

Jesus sempre que tinha a oportunidade de ensinar assim fazia. Na história de hoje não foi diferente.

Umas das grandes proezas deste Mestre era que Ele conseguia falar com o público em seu contexto e na sua linguagem.

Quando falamos em iniciar um processo de aprendizagem, estes quesitos são fundamentais para entender o que é preciso que seja feito para atingirmos nossos objetivos estratégicos.

Conversamos sobre isso com vocês no artigo: O Design Instrucional mudou a Segunda Guerra, quer saber por quê?

Quais são os riscos das interpretações livres?

Jesus fala com os fariseus em seu “terreno”. Este grupo conhecia e interpretava as leis. Todavia, em muitos momentos as interpretações que faziam eram para aquilo que melhor os servissem.

Riscos das interpretações livres
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Um dos grandes riscos das interpretações livres é o subjetivismo. Enquanto eu cursava a faculdade de Direito, lembro de uma professora que nos dizia que tudo é subjetivo, quando passa a ser analisado.

Na área do Direito isso é uma grande verdade. Apesar da lei ser igual e a mesma para todos, há uma série de jurisprudências contrárias sobre o mesmo assunto. Dois processos idênticos podem não chegar ao mesmo resultado.

Ao analisarmos nossos indicadores de gestão, dois analistas podem entregar relatórios completamente diferentes. Suas interpretações estão erradas? Possivelmente não! Ocorre que cada um julgou conforme seu entendimento do cenário.

Nas nossas empresas, temos muitos códigos, manuais, processos e procedimentos. Isso é muito benéfico e salutar para criar parâmetros das melhores práticas.

Entretanto, quando não há uma linha humana e convergente nas interpretações e aplicações, instala-se uma insegurança no ambiente organizacional.

Este foi o caso dos fariseus. Eles achavam uma grande blasfêmia curar alguém no dia de sábado, pois entendiam que isso era uma forma de trabalho. Trabalhar no dia de sábado era um desrespeito para com o mandamento de guardar o dia de sábado para Deus.

Dualidade de interpretações

De outro lado, caso um boi caísse em um poço, fariam de tudo para tirá-lo, pois iriam ter prejuízos financeiros. Assim como o filho, também iriam salvá-lo.

Deus nos pede que nosso sim seja sim e que o não seja não. Isso, em todos os dias e momentos de nossa vida. Não podemos fazer interpretações positivas do que nos beneficia e negativas do que nos prejudica.

Quando há um membro da organização que não concorda conosco, isso não quer dizer que não está nos ajudando a pensar de outra forma. Mudar nossos modelos mentais e paradigmas.

Aprendizagem um processo contínuo de interpretações

Na edição anterior, a que nos encontramos, comentei sobre Investir em aprendizagem hoje, para inovar em 2018!

Dizia neste artigo que aprender é ter experiências. Além do que há a necessidade, em um ambiente tão complexo, em sermos Learning Organizations (organizações que aprendem).

Assim como comentado acima, não há como pensarmos em aprendizagem sem realizarmos interpretações: do que precisamos, para onde vamos e onde estamos, por exemplo.

Esse assunto das interpretações está tão em foco. Ontem mesmo estava lendo uma reportagem da revista EXAME sobre as empresas do futuro. Uma das promessas era a “vitória” da inteligência artificial sobre a humana. Diziam “para que inteligência humana?”.

Apaixonada como sou pelo capital humano, assim como pela tecnologia, atentei-me a saber um pouco mais. Na reportagem mostrava que uma máquina tinha feito interpretações diferentes daquelas sugeridas pelos humanos, gerando inúmeras possibilidades em um jogo.

Confesso que me decepcionei ao limitarem o nosso precioso cérebro a apenas um solucionador de problemas estatísticos.

As interpretações sobre a obsolescência do ser humano

Há algum tempo assisti o filme “Sully: o herói do Rio Hudson”. Para quem não assistiu ainda, tenha como sugestão. Em determinado momento, e sem fazer spoiler, o personagem vivido pelo Tom Hanks diz: “vocês estão querendo atribuir a erro humano e querem tirar o fator humano”.

Penso que ultimamente essa é uma das grandes interpretações do nosso tempo.

interpretações da obsolênscia do ser humano
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Parece que as pessoas estão “quebradas” e que a salvação da humanidade é o uso cada vez maior das máquinas.

Todavia, o fator humano é o grande diferencial inovador das empresas. As máquinas, bem como sua inteligência artificial, conseguem deduzir a partir de banco de dados.

Contudo, havendo uma situação completamente nova e inusitada, será que a inteligência artificial diria a empresa como resolver?

Sobre este assunto, em nosso Colloquium, disponibilizamos através da Confraria da Inteligência, o Painel lnterativo: Intelligent Leadership: empresa como máquina e/ou cérebro

Como estão suas interpretações, Líder Inteligente, em relação à aprendizagem, ao conhecimento e à inovação?

Desejo que diferente dos fariseus, possamos sempre responder a Jesus que interpretamos de acordo com os propósitos de uma organização mais justa, humana e sustentável.

Fiquemos todos no amor de Deus, de Maria e José!

Créditos

Texto: Valeska S. Fontana Salvador

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